O debate sobre a recuperação econômica, geração de empregos e inflação (custo de vida) se apresenta cada vez mais como o principal tema para a campanha presidencial deste ano no Brasil. É o que mostra mais uma pesquisa. Desta vez, a da Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16/3). Tanto, que 43% dos entrevistados afirmaram que a situação econômica do País será determinante para definir o seu voto.
Boa gestão no passado (uma aposta do PT para a campanha de Lula) aparece com apenas 17% de peso para a decisão do voto. Ser um candidato honesto (a aposta dos bolsonaristas) menos ainda, 7%.
Entretanto, cresce uma outra preocupação para o presidente: a economia em recessão e os preços em alta, especialmente dos combustíveis, energia e alimentos. O desemprego cede lentamente e as novas vagas de trabalho criadas oferecem salários menores.
Em julho do ano passado, a economia preocupava apenas 28% dos brasileiros, segundo a pesquisa. Agora chega a 51%. Não é à toa que 56% dos entrevistados afirmaram que têm dificuldade para pagar as contas. Em janeiro, eram 51%.
O ex-presidente Lula tem repetido e enfatizado que nos seus dois governos a realidade econômica dos brasileiros era outra da de hoje. Tanto que, segundo a pesquisa, 58% dos entrevistados afirmaram que o petista fez um bom ou ótimo governo.
Já Bolsonaro tem focado numa guerra (até dentro do seu governo) para impedir novas altos nos preços dos combustíveis e injetar pelo menos R$ 100 bilhões na economia neste ano. No caso dos combustíveis, 52% dos entrevistados afirmam que o presidente está no caminho certo.
Um alento para Bolsonaro é que há um crescimento do otimismo, segundo a pesquisa, entre os brasileiros. Ou redução do pessimismo. Hoje, 60% dos brasileiros avaliam que a economia piorou. Em novembro passado, eram 71%. E 46% acreditam que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses, contra 39% em outubro passado.
Medo menor
A saúde, que em julho passado era motivo de preocupação para 41% dos brasileiros, quando o País entrava no auge da segunda onda da Covid-19, agora é de apenas 12%. Em agosto do ano passado, a pandemia dava medo em 71% dos brasileiros. Agora em 44% e em queda. Reflexo da queda no número de casos e de mortes causadas pelo coronavírus, com o avanço da vacinação.
São notícias negativas e positivas para o presidente Jair Bolsonaro (PL). A pandemia causou a morte de mais de 650 mil brasileiros (e 27 mil goianos) desde o seu início, em fevereiro de 2020. A reação pública do presidente, com o negacionismo, gerou forte desgaste à sua imagem. Isto, apesar do seu governo ter gastado mais de R$ 800 bilhões para ajudar Estados, municípios combaterem a Covid-19 e para os programas de transferência de renda.
Mas, como este tema preocupa cada vez menos os brasileiros, os desgastes de Bolsonaro com a saúde devem ficar menores até outubro. Já na economia…