Candidato mais votado no primeiro turno das eleições presidenciais argentinas, o peronista Sergio Massa, que também é ministro da Economia, disse ontem que não quer envolver o presidente Lula (PT) e sua equipe nas eleições e que um eventual apoio será uma decisão do brasileiro. Massa disputará o segundo turno, em 19 de novembro, com o ultraliberal Javier Milei (saiba mais aqui).
“Tenho uma relação de muito afeto com o presidente Lula, um enorme respeito por Fernando Haddad, por Gabriel Galípolo [do Banco Central], pelo vice-presidente Alckmin, muitos dirigentes do Brasil. Não quero envolvê-los na eleição argentina, apesar de claramente haver uma simpatia mútua”, disse à Folha de S.Paulo. “Em todo caso, será decisão deles envolver-se ou não do ponto de vista eleitoral”, frisou.
Bolsonaro
Já o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro a Milei tirou votos do argentino. Segundo avaliação de Andrei Roman diretor-executivo da Atlas Intel, único instituto de pesquisa que previu a vitória de Massa no primeiro turno.
“O apoio de Bolsonaro tira votos? Vamos adicionar essa pergunta na próxima pesquisa para testar a imagem do ex-presidente na Argentina. Não há apoio majoritário para o Bolsonaro naquele país, como não há para o presidente Lula. No caso do Lula, o motivo é a associação com a corrupção do passado. No caso do Bolsonaro, a rejeição se dá por conta de um governo considerado caótico, principalmente no contexto da Covid-19”, disse Roman.