Em um resultado surpreendente, o bloco de esquerda Nova Frente Popular (NFP) obteve a vitória no segundo turno das eleições legislativas. Seguido do grupo centrista do presidente Emmanuel Macron, deixando em terceiro a direita do Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, partido vencedor do primeiro turno.
Segundo os dados finais do Ministério do Interior, o NFP conquistou 182 assentos, à frente da coligação governamental (168) e do RN, que obteve 143 cadeiras juntamente com os Republicanos. A esquerda francesa disse estar pronta para formar um novo governo.
“Nosso povo rejeitou claramente o pior cenário”, disse Jean-Luc Mélenchon, líder da coalizão vencedora. No primeiro turno, em 30 de junho, o partido de Le Pen terminou em primeiro (33%), seguido do NFP (28%). Já a coalizão governamental ficou em terceiro (20%).
Macron dissolveu o parlamento e convocou eleições antecipadas depois de a extrema direita derrotar sua aliança centrista nas eleições de 9 de junho para o Parlamento Europeu.
Renúncia
Sem um único grupo obtendo a maioria absoluta de 289 dos 577 assentos, as eleições parecem destinadas a lançar o país num período de turbulência política. O premiê Gabriel Attal já anunciou que vai entregar sua renúncia nesta segunda-feira (8/7). Ele destacou que “nenhum dos extremos pode reivindicar a maioria” e isso dá crédito ao “espírito francês”.
O líder do RN, Jordan Bardella, que esperava ser o próximo premiê, criticou a “aliança antinatural” e “desonrosa” de centro-esquerda que “privou o povo francês” de uma vitória de seu partido. E destacou que seu grupo político ficou em primeiro lugar nas eleições europeias, no primeiro turno das eleições parlamentares e duplicou seu número de deputados.