Com a missão de viabilizar um palanque para o ex-presidente Lula no Estado, o PT goiano mira em dois nomes ligados à academia para construir uma candidatura ao governo: Wolmir Amado, ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), e Edward Madureira, que fica no cargo de reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) até o final do ano. Wolmir já sinalizou que pode topar a parada, enquanto Edward, que também é lembrado como nome para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, cargo que para o qual já concorreu em 2014, mostra maior restrição em encarar um novo projeto eleitoral. Mas há quem acredite que a postura de Edward é só para não gerar problemas para a UFG junto ao governo Bolsonaro e que ele está disposto a atuar mais politicamente assim que deixar o cargo.
Enfraquecido nos últimos anos, sem a gestão de nenhum dos maiores municípios goianos (chegou a ter recentemente as prefeituras de Goiânia e Anápolis ao mesmo tempo), com apenas dois deputados estaduais e um federal, o PT goiano também tem dificuldade de achar fora do partido um candidato viável que tope apoiar Lula em Goiás. Ainda que o ex-presidente lidere todas pesquisas presidenciais, o desgaste de carregar o PT na eleição estadual é muito grande por aqui.
O partido é oposição ao governador Ronaldo Caiado e não teria condições de apoiar uma eventual candidatura de Marconi Perillo (PSDB). A relação com Gustavo Mendanha (sem partido) é boa, mas o prefeito de Aparecida tem dificuldades de oferecer palanque para Lula em Goiás, até porque tende a se filiar ao Podemos, que avançou nos últimos dias para ter o ex-juiz Sérgio Moro como candidato a presidente. Resta ao PT buscar um candidato a governador dentro de seus quadros e tentar unir a esquerda goiana em torno do projeto.