Não deu outra: as exportações goianas sofreram queda de 25% em outubro, comparadas com as de setembro, principalmente por conta dos embargos da China em relação à carne e redução nas compras de soja. As vendas externas de Goiás somaram US$ 569,3 milhões no mês passado. Já as importações tiveram aumento de 45%, totalizando US$ 659,9 milhões. Ou seja: a balança comercial goiana em outubro foi negativa em US$ 90,6 milhões.
O embargo chinês à carne brasileira e a crise hídrica, com desdobramento no fornecimento de energia, impactaram negativamente os números. “Quando analisamos o ranking de produtos exportados, percebemos acentuada queda na negociação de carnes desossadas. Já no ranking de produtos importados, vemos disparar o insumo energia elétrica, que respondeu por quase 30% do total de importações de Goiás”, explica a coordenadora do CIN, Johanna Guevara.
O presidente da Fieg, Sandro Mabel, afirma que os números confirmam a importância de diversificar os parceiros comerciais goianos e incentivar a industrialização do que é produzido em Goiás. “Temos batido nessa tecla e alertado sobre o risco de concentrar a metade das exportações goianas em um único parceiro comercial, no caso a China”, frisa.
Agronegócio
“A redução das compras chinesas começou a ser sentida no mês de outubro e não pode ser desprezada. Mas vale destacar que o setor do agronegócio segue com saldo positivo em relação a 2020, o que é importante para a economia goiana neste momento de retomada”, afirma o secretário estadual de Agricultura, Tiago Mendonça.
Principal destino das exportações goianas, a China lidera o ranking de países importadores de Goiás, normalmente com participação entre 40% e 50% do total exportado pelo Estado. Com o embargo, que durou dois meses, a participação caiu para 32% em setembro/21 e para 12,2% em outubro/21. Desde fevereiro deste ano a balança comercial goiana não fechava deficitária, sendo o resultado desse mês impactado pela sazonalidade da safra.
As exportações do agronegócio goiano totalizaram US$ 355,6 milhões em outubro, 62,5% do total das vendas externas do Estado. Os cinco itens agropecuários mais comercializados por Goiás foram: complexo soja (US$ 135,1 milhões); carnes (US$ 117,4 milhões); complexo sucroalcooleiro (US$ 36,6 milhões); cereais, farinhas e preparações (US$ 20,7 milhões); e couros, produtos de couro e peleteria (US$ 16.9 milhões).
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