Dados do Banco Nacional de Empregos (BNE) apontam que 60,3 mil pessoas com 50 anos ou mais de idade estão em busca de uma oportunidade de emprego na plataforma. Levando em consideração as vagas disponíveis para esse público, são aproximadamente 17 candidatos para uma vaga.
José Tortato, COO do BNE, explica que as pessoas com mais de 50 anos enfrentam diversos desafios no mercado de trabalho. Principalmente, devido ao etarismo (discriminação por idade). “Entretanto, existem outros fatores que influenciam como a falta de atualização, principalmente, em tecnologias, além de estereótipos relacionados à produtividade”, diz.
De acordo com a Organização das Nações Unidas, o combate ao etarismo é um problema global. Em seu Relatório Mundial sobre Idadismo, a Organização chama atenção para análises que demonstram que no local de trabalho o etarismo ocorre em todo o ciclo das operações, no recrutamento, durante o trabalho, na demissão ou no processo de aposentadoria.
“Uma revisão sistemática de 60 estudos determinou que era menos provável que empresários contratassem candidatos idosos que mais jovens, que uma vez empregados, os idosos tinham menor acesso a treinamento, e que os que enfrentaram idadismo no local de trabalho apresentavam maior probabilidade de se aposentarem mais cedo”, revela.
Recrutamento inclusivo
Para o executivo do BNE, a mudança desse cenário será possível a partir da promoção de uma cultura empresarial mais inclusiva e mudança de mentalidade. “Isso passa pela valorização e respeito aos profissionais mais experientes, e pela conscientização e treinamento constante tanto dos líderes quanto dos colaboradores sobre os benefícios da diversidade geracional no local de trabalho”, diz.
Um caminho, aponta Tortato, diz respeito à política de recrutamento inclusiva, garantindo que não existam vieses inconscientes no que diz respeito à idade. “As empresas têm muito a ganhar com profissionais com mais de 50 anos, já que eles podem somar com a experiência e o conhecimento acumulado ao longo da carreira, contribuindo para a resolução de problemas, tomada de decisões e ainda, atuando como mentores de profissionais mais jovens”, afirma.
Ainda, para o COO, os profissionais mais velhos ganham em comprometimento e na capacidade de se adaptar às mudanças e superar desafios. “Isso pode significar menos rotatividade e, no fim, uma redução de custo com contratação e treinamento”, finaliza.
Saiba mais: Brasil gera mais de 190 mil novos empregos em outubro