O Ministério Público de Goiás cumpriu nesta segunda-feira (18) seis mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão envolvendo supostas irregularidades na prefeitura de Formosa. Foram presos na Operação Moira o ex-secretário municipal de Saúde Tibério Fábio e o empresário Francisco Carlos Soares. Ambos são acusados de participarem de um suposto esquema criminoso na aquisição de medicamentos, que teria resultado num desvio de R$ 3,5 milhões dos cofres públicos.
Tibério e Francisco Carlos tiveram a prisão temporária decretada pelas fraudes ocorridas de 2017 a 2019. Segundo o MP-GO, a prefeitura teria pago em duplicidade notas fiscais emitidas pela fornecedora de medicamentos Pró-Saúde, de Francisco Carlos. A irregularidade contaria com o aval do ex-secretário. Os investigadores também apontam pagamentos de notas fiscais emitidas pela empresa sem a observância do devido trâmite processual e o envio de dados falsos ao sistema do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) para ocultar supostas ilegalidades.
As investigações foram conduzidas pelos promotores Douglas Chegury e Ramiro Carpenedo. Chegury foi alvo de críticas do secretário de estadual de Governo, Ernesto Roller, nas redes sociais no último sábado (16), dois dias antes da operação. Roller foi prefeito de Formosa de 2017 a dezembro de 2018, quando renunciou ao cargo para ir para o governo do Estado.
“É preciso o MP deixar de ser corporativista. Em Formosa tem um tal de Douglas Chegury que disse em rodas que vai destruir o deputado Iso Moreira e a mim, valendo-se da armação e mentira. O MP não o pune, apesar dos abusos que ele pratica”, escreveu Roller no Twitter. “Esse promotor foi reprovado no psicotécnico da PF. Me desminta cachorro!”, atacou. Roller ainda postou um vídeo com diálogo ao fundo, o qual atribuiu ao promotor e ao delegado José Antônio, no qual eles falam sobre como chamar mais atenção da população nas operações policiais.