Os representantes das entidades do setor produtivo goiano descartam que a Prefeitura de Goiânia adote medidas restritivas de funcionamento das indústrias, comércio e serviços por causa do agravamento dos casos de Covid, gripe e dengue. Mais especificamente: descartam o fechamento das atividades econômicas por períodos determinados, medida conhecida como lockdown, que nem em 2020 e 2021. Garantem que as empresas continuam adotando todas as medidas de prevenção. Inclusive, nos últimos dias, foram reforçadas.
Entretanto, os líderes empresariais avaliam que algumas medidas devem ser tomadas pela Prefeitura, como restrições a eventos de grande aglomeração, como shows e o carnaval de rua na capital. Uma reunião entre o setor produtivo e representantes do Paço foi realizada ontem (12/01), mas sem chegar a uma definição sobre quais medidas de restrição devem ser adotadas. Enquanto isso, alguns municípios goianos (Senador Canedo, cidade de Goiás, Itaberaí e Jaraguá) já adotaram novas medidas, como proibir eventos de médio e grande portes, além de reduzir a capacidade de atendimento ao público nas empresas, especialmente bares e restaurantes.
O presidente da Acieg, Rubens Fileti, também se manifesta contrário a qualquer medida de fechamento das empresas em Goiás. Diz que nenhum país da Europa ou os Estados Unidos, onde a nova onda da Covid-19 tem apresentado maior força, adotou medidas para reduzir o número de pessoas no trabalho ou de lockdown das indústrias, comércio e serviços, como ocorreu em 2020 e 2021. “O cenário atual é bem diferente dos dois primeiros anos da pandemia. Embora temos de avançar mais com a imunização da população e as empresas devem reforçar novamente as medidas de prevenção, quase 70% da população brasileira e goiana já foi vacinada com as duas doses”, diz.
Presidente da Fieg, Sandro Mabel diz que os dirigentes das entidades mantêm diálogos diários com os representantes das prefeituras de Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia e acompanham as estatísticas dos casos das doenças virais. “Não há qualquer sinalização de que novas medidas restritivas aos funcionamentos da indústria, comércio e serviços sejam adotadas por estes órgãos”, afirma.
Em recuperação
O presidente do Sindbares, Newton Pereira, diz que o segmento ainda está em recuperação (de lockdowns anteriores) com investimentos, abertura de novos estabelecimentos e contratação de mão de obra. “No momento, temos mais de mil vagas em aberto para garçons, auxiliares de cozinha, de bar e de limpeza, cozinheiros e outros. Portanto, não é hora de se cogitar a adoção de medidas restritivas de funcionamento de bares e restaurantes”, destaca.
É a opinião também do presidente da Abrasel/GO, Danilo Ramos. Ele diz que a maioria da população já foi vacinada, os hospitais voltaram a reabrir leitos para ocupação dos infectados e as empresas estão seguindo, rigorosamente, as medidas sanitárias recomendadas para se conter os avanços dos vírus.
Os representantes das entidades empresariais estão otimistas com a retomada da economia agora em 2022. Contudo, são unânimes em reclamar da falta de mão de obra e da alta dos custos de produção. Acreditam que muitos trabalhadores que perderam os empregos na pandemia passaram a trabalhar como autônomos e agora não querem se sujeitar a cumprir horários e terem encargos trabalhistas descontados nos salários.