A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e as entidades Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Força Sindical Nacional, Força Sindical Goiás e Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (Simecat) promovem nesta quarta-feira (21/6) manifesto contra a atual taxa básica de juros da economia. A manifestação será realizada na Casa da Indústria, em Goiânia. Só no segmento industrial reunirá lideranças classistas de 35 entidades da base sindical da Fieg.
A mobilização ocorre no mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central estará reunido para decidir sobre a taxa Selic. A expectativa do mercado é de que, mesmo diante de recentes indicadores de deflação, o Banco Central opte por manter a taxa de juros, hoje em 13,75%.
Atualmente, segundo a Fieg, o Brasil possui a maior taxa de juros reais do mundo. Para o setor produtivo, enfatiza a entidade, o patamar da Selic inibe novos investimentos e, consequentemente, o crescimento do País. “Os altos juros penalizam o setor produtivo e toda a sociedade. Precisamos ter uma economia competitiva para retomada da industrialização e isso passa, necessariamente, pela redução dos juros”, afirma Sandro Mabel, presidente da federação.
Copom
O Copom se reúne nesta quarta-feira (21/6) para avaliar os juros básicos (Taxa Selic) do Brasil, que estão em 13,75% ao ano, o maior patamar em quase sete anos. A boa notícia é que há uma expectativa de redução gradual dos juros do BC, com a redução dos índices inflacionários no País. A má notícia é que isto só deve começar em agosto ou setembro deste ano.
Entretanto, a expectativa anterior do mercado era de que a redução só iria acontecer em dezembro.
A expectativa dos analistas é de que a taxa Selic comece a recuar em agosto, passando para 13,5% ao ano. Ou seja: um corte de 0,25 ponto percentual. As informações constam no relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (19/6) pelo Banco Central. O levantamento ouviu mais de 100 instituições financeiras na semana passada sobre as projeções para a economia.
A projeção de que o corte dos juros virá em agosto vem após a divulgação do IPCA de maio, que somou 0,23%. Em doze meses até maio, a inflação oficial somou 3,94%. Os números vieram bem abaixo das estimativas do mercado financeiro. “O início do ciclo de flexibilização ainda depende de novas reduções nas expectativas de inflação”, avaliam analistas do banco UBS.
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Redução mais consistente dos juros deve ficar mesmo para 2024. “A nosso ver, adicionais reduções para a expectativa de 2024 serão impulsionadas pela inflação continuando a surpreender para baixo nos próximos três meses, pela aprovação do novo arcabouço fiscal no Congresso, e pela confirmação da meta de inflação de médio prazo do Copom em 3%”, afirmam os analistas do UBS. “Esperamos que a Selic encerre este ano em 12,25% e atinja 9% até setembro de 2024”, diz o relatório do banco.