Os representantes de empresas de caçambas de entulho criticam as recentes mudanças no trânsito de Goiânia. Também reclamam da falta de estações de triagem e de transbordo, locais onde os resíduos são recebidos e separados antes de serem encaminhados ao aterro sanitário. Além da pouca quantidade de ecopontos, que recebem descartes de menor volume.
“Depois da proibição de descartar lixo da capital em aterros particulares de Aparecida de Goiânia, temos que atravessar a cidade para levar as caçambas até o único local permitido em Goiânia, o aterro sanitário, perto de Trindade”, disse o presidente do Sindicato das Empresas de Entulho do Estado de Goiás, Gabriel Lício Borges.
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Também questiona a diferença entre os preços cobrados para as empresas de entulho descarregarem caçambas no aterro. Segundo ele, para cada tipo de resíduo é cobrado um valor diferente. A categoria defende a cobrança de um valor único.
Trânsito
Gabriel Borges reclama da proibição de estacionar nas principais avenidas da capital, medida que está sendo implementada pela gestão do prefeito Sando Mabel (União Brasil). Para ele, a medida afetaria a permanência de caçambas nessas vias, já que devem seguir as mesmas regras de outros veículos no trânsito. “É preciso prever onde as caçambas ficarão quando a proibição entrar em vigor”, afirmou.
De acordo com o presidente do sindicato, as empresas de entulho precisam de licença – de quatro anos de validade – emitida pela Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma). Para os caminhões circularem, os motoristas precisam fazer curso no Sest/Senat, com validade de um ano.
Posteriormente, os caminhões são liberados para receber licença emitida pela Secretaria Municipal de Engenharia de Tráfego (SET) – nome atual da pasta responsável pelo trânsito – que vence todo dia 30 de novembro, independentemente da data em que foi expedida.
Gabriel Borges reclama da burocracia e propôs uniformização das validades das licenças. Ele também critica a exigência do curso que, segundo ele, é genérico e não aborda a atividade específica realizada pelos caçambeiros.
Providências
A SET informa que analisa demandas apresentadas por caçambeiros. A Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo Estratégico (Seplan) informa que demandas quanto aos prazos de validade das licenças, bem como valores cobrados para descarga no aterro, são determinadas por lei. Para alterá-los, é preciso modificar a legislação.
A Prefeitura também esclarece que busca áreas possíveis de instalação de novos ecopontos. Atualmente, Goiânia conta com apenas cinco. Contudo, só podem ser instalados em áreas públicas que tenham destinação permitida para esse tipo de equipamento público.
“Novos ecopontos evitarão que caçambeiros façam muitas viagens longas até o aterro sanitário e que a população descarte resíduos em calçadas, em lotes vagos ou às margens das áreas de preservação permanente”, frisa.