O fim de subsídios para cerca de 20 mil empresas no Brasil, segundo anunciou o governo Bolsonaro (sem dar maiores detalhes), não agradou alguns setores econômicos do País. Associações de empresas aéreas e de cosméticos já prometem repassar o custo extra aos consumidores, com o aumento dos preços dos serviços. O fim dos subsídios servirá para cobrir a redução do Imposto de Renda para pessoas jurídicas.
Mesmo retirando subsídios que beneficiam setores específicos, alguns dos quais em tese listados como supérfluos —caso de cosméticos e perfumaria—, e elevando a tributação sobre bens de luxo, caso de aviões e barcos, ao abrir um rombo na arrecadação, o substitutivo obrigará o governo a cortar outros gastos para equilibrar suas contas. Não há garantia de que gastos sociais não venham a ser afetados.
Para o ministro Paulo Guedes (Economia) essa proposta está mais equilibrada — a primeira, muito criticada pelos empresários e bancos, tinha erros na calibragem das alíquotas, na sua avaliação. Segundo o ele, será possível reduzir com segurança o imposto cobrado das empresas em 10 pontos percentuais, de 15% para 5% na alíquota básica. Mas a taxação de dividendos, que ainda não tem aprovação do setor produtivo, se manteve. O governo, aliás, atrelou o novo Bolsa Família à aprovação dessa taxação em um novo projeto enviado ontem ao Congresso.