O encontro entre os presidentes Lula (PT) e Nicolás Maduro (Venezuela) em Brasília virou motivo de embate entre deputados da direita e esquerda na Assembleia Legislativa de Goiás. O deputado Amauri Ribeiro (UB) foi quem provocou a discussão ao repudiar a presença do ditador venezuelano no Brasil.
“Me envergonha vê-lo [Lula] à frente da nossa Nação. Ele dizer a Maduro que os Estados Unidos constrói uma narrativa contra esse criminoso e que teriam feito 900 sanções simplesmente por não gostarem da Venezuela é vergonhoso. Estamos falando de um criminoso, um ditador que deu um prejuízo milionário ao Brasil e usou tanques de guerra para atacar sua população. Uma vergonha, um dia vergonhoso para a nossa Nação”, frisou Ribeiro.
O deputado Cairo Salim (PSD) também entrou na onda. “Como que o nosso presidente da República, em sã consciência, recebe em palácio um dos maiores ditadores da atualidade e da história?”, questionou. “O meu pai morou na Venezuela na década de 70, trabalhou na Embaixada do Brasil. Era um local onde gerava fascínio e vontade dos brasileiros de irem morar lá”, disse. Hoje, de acordo com o parlamentar, há pessoas famintas, que buscam refúgio em diversas localidades no Brasil. “O problema da Venezuela deveria ser solucionado com democracia, verdade, emprego e comida e não com a criação de narrativas”, frisou.
A deputada Bia de Lima (PT) rebateu os colegas. “Tinha me inscrito para falar de coisas muito mais importantes, mas não posso escutar tantos absurdos e não respondê-los. Estão falando em golpe? De eleições limpas? É muita hipocrisia. O presidente Lula está refazendo os laços internacionais, com relações internacionais importantes, como estadista que é. Estamos recuperando o contato com os países que nos cercam. Já tivemos R$ 6,6 bilhões na balança comercial com a Venezuela. Hoje temos menos de R$ 2 bilhões. Mas vamos recuperar isso. Muito progresso se avizinha”, afirmou.