Nenhuma entidade do setor empresarial goiano demonstra interesse de assinar os manifestos em favor da democracia no Brasil. Motivo principal: avaliam que este movimento foi politizado e, principalmente, como uma manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato a reeleição. Todas as entidades do Fórum Empresarial Goiano aguardam manifestação de suas matrizes nacionais. Com isso, adiam um posicionamento.
O jornal O Popular publicou nesta quinta-feira (28/7) a informação de que a Fecomércio-GO seria a única entidade goiana, até este momento, a sinalizar interesse de assinar o manifesto nacional. Entretanto, a Federação divulgou nota hoje para informar que não há decisão formada e que aguardará o posicionamento da Confederação Nacional do Comércio.
O receio maior das entidades é tomar partido e desagradar boa parte dos empresários associados. É grande o apoio no meio empresarial goiano ao presidente Bolsonaro. Que, como se sabe, tem criticado este movimento. Não por defender a democracia, mas por avaliar que se trata de uma mobilização contra a sua à reeleição.
Reação bolsonarista
O site que abriga o manifesto organizado pela Faculdade de Direito da USP sofreu mais de 1.500 ataques hackers nos últimos dias. O documento já conta com mais de 100 mil assinaturas, incluindo os banqueiros Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, 11 ex-ministros do STF, economistas, juristas e personalidades da sociedade civil. Entidades empresariais, como a Fiesp e a Febraban manifestaram interesse em aderir.
Na convenção nacional do PP, realizada nesta quarta-feira (27/7), Bolsonaro criticou o manifesto, dizendo não precisar de “nenhuma cartinha” para mostrar que defende a democracia. Nos bastidores, porém, o documento é visto no Palácio do Planalto como um sinal de que o governo está perdendo apoio, o que motivou o presidente a enviar emissários ao STF na tentativa de melhorar a relação com a Corte.
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