As empresas de transporte público que atuam no Entorno do Distrito Federal pressionam por reajuste de suas tarifas. Alegam que, com quatro anos sem aumento, estariam próximo de um colapso financeiro. No final do ano passado, o governo do Distrito Federal (GDF) até concedeu reajuste de 25% nas tarifas de ônibus. Mas o governo de Goiás entrou com ação e conseguiu barrar o aumento no STF. Então, o GDF lavou as mãos e transferiu o problema para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Segundo o assessor jurídico da Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros (Anatrip), Gabriel Oliveira, a falta de reajuste tarifário tem deixado as empresas no vermelho. “Há quase um ano, as tarifas do transporte semiurbano do Entorno do Distrito Federal estão defasadas. O reajuste tarifário estava previsto para a segunda quinzena de fevereiro de 2022 e até hoje as empresas operam no mesmo valor”, disse ao Correio Braziliense.
Ele frisa que houve aumento nos insumos, em especial no diesel. “É indispensável a adoção de medidas urgentes para evitar o colapso do sistema”, enfatizou. A Anatrip afirma que é inviável às empresas manterem a atual tarifa e afirmam que operam sem qualquer tipo de subsídio do governo. Diz ainda que algumas empresas fizeram empréstimos para manter suas operações.
GDF x Goiás
O reajuste de 25% anunciado pelo GDF em dezembro causou revolta dos usuários do transporte público do Entorno. E o STF atendeu a um pedido do governador Ronaldo Caiado para suspender o aumento. Segundo o governador goiano, o reajuste foi realizado sem consulta ao Estado e as prefeituras do Entorno. No documento enviado pelo governo de Goiás. Contestou também a irregularidade jurídica de deixar Goiás “fora da discussão”. “O aumento da passagem penaliza 175 mil passageiros que usam essas linhas diariamente”, frisou Caiado.
Ainda em dezembro, motoristas e cobradores das empresas fizeram uma paralisação, por conta de atrasos nos pagamentos de salários e 13º.