A despeito da pressão do presidente Lula (PT) e de suas críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano. Com isso, interrompeu o ciclo de cortes da Selic, iniciado em agosto passado.
O Copom destacou “que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela”.
Em seu comunicado, o comitê não sinaliza cortes futuros, diz que se manterá vigilante e “que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.
Substituição no BC
As críticas de Lula a Campos Neto aqueceram as especulações sobre possíveis novos nomes para substituí-lo. Lula usou termos como “maduro” e “calejado” para descrever o perfil de seu futuro indicado.
Só que o principal cotado, o diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo, tem apenas 42 anos.
Nas bolsas de apostas, segundo o jornal Valor, circulam os nomes do ex-diretor do BC Luiz Awazu, de 67 anos; o do ex-ministro Guido Mantega, 75; e o do atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, 70. Também são citados o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, de 45 anos, e André Lara Resende, de 73.