Aliados do presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, e do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), estão num verdadeiro dilema, principalmente os que têm projeto eleitoral para 2022: acompanhar Daniel na aliança com o governador Ronaldo Caiado (DEM) ou Gustavo numa campanha de oposição ao atual governo. Muitos têm se agarrado nas últimas declarações de Gustavo, que tem mantido uma pequena porta aberta para retornar ao MDB e recompor com Daniel.
Uma delas, foi feita na semana passada: “Eu busco um partido de centro, um partido que me dê liberdade para tomar decisões, ou até posso voltar para o MDB, a gente não sabe o que vai acontecer. O governador [Caiado] tem hora que muda de posição, pode ser que mude, e então eu não teria dificuldade nenhuma em voltar para o MDB. Eu até disse isso, não foi um adeus para o MDB, um partido que eu tenho grandes amizades. Eu tenho tempo para isso, não vou me afobar nessa decisão”, afirmou o prefeito.
Falta Gustavo explicar melhor o que o Ronaldo Caiado teria de mudar, na sua opinião, para ele considerar a possibilidade de voltar ao MDB, o que significaria não disputar no próximo ano a eleição para o governo de Goiás e, quem sabe, até mesmo apoiar a reeleição do governador.
O prefeito de Aparecida tem, sempre que possível, classificado Caiado de autoritário. O problema entre os dois começou na campanha de 2020, quando o governador atuou fortemente nos bastidores (e até mesmo publicamente) para tentar derrotar Gustavo em Aparecida. Aliados de Gustavo acusam o governo de ter usado até mesmo questões familiares, como a saúde de Leo Mendanha, para tentar desgastar o prefeito na campanha municipal.
Mas, são eleições passadas e políticos geralmente focam o presente e, principalmente, o futuro. Aliados de Daniel e Gustavo acreditam que o prefeito sinalizou uma pequena brecha. Pelo menos se agarram nesta esperança para não terem de decidir com quem terão de caminhar em 2022.