Sem as amarras do cargo de reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), cargo que ocupava desde 2018, o professor Edward Madureira admite voltar à atividade político-partidária e disputar novamente mandato de deputado federal. Edward faz parte de um grupo de ex-reitores de diversos estados que pretende fomentar várias candidaturas com a bandeira da defesa da educação e da ciência, se contrapondo, evidentemente, ao governo Jair Bolsonaro.
Ao Mais Goiás, o ex-reitor admitiu que as eleições estão no seu radar, mas disse que ainda não bateu o martelo se vai mesmo disputar um mandato e por qual partido. Ele foi candidato a deputado federal pelo PT em 2014, mas está atualmente sem filiação partidária, embora ainda mantenha grande proximidade com a sigla.
Edward se esquivou da política partidária nos últimos anos para não prejudicar a UFG. Num cenário de um governo que nunca hesitou em promover cortes nas universidades públicas e que tem um discurso abertamente de confronto com a academia, o ex-reitor negava de pronto quando questionado se pensava em novos projetos políticos. Qualquer manifestação sua nesse sentido poderia fechar portas para ele junto ao governo federal como forma de retaliação.
Mesmo assim, como presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (Andifes), função que ocupou até o ano passado, e reitor da UFG, em diversos momentos Edward se posicionou contra as políticas do Palácio do Planalto para a educação, ciência e tecnologia. Isto não poupou a instituição da má vontade do governo e uma das consequências foi a recente decisão do presidente Jair Bolsonaro de escolher como sua sucessora a professora da área de Comunicação Angelita Lima, terceira colocada na listra tríplice enviada pelo Conselho Universitário. A primeira colocada na eleição era a sua vice durante o último mandato, Sandramara Chaves.