O IBGE divulgou na sexta-feira (3/12) um dado preocupante: no ano passado, em Goiás, 1,2 milhão de goianos (17,8% da população) afirmou enfrentar restrição aos medicamentos e 1,9 milhão de pessoas (28,1%) disseram ter restrição aos serviços de saúde. Os motivos levantados foram: falta de dinheiro, indisponibilidade do produto ou serviço e outros motivos. A falta de dinheiro é o principal motivo para a restrição tanto aos medicamentos (14%), quanto aos serviços de saúde (19,1%). A despesa per capita do goiano com saúde foi R$ 123,24, segundo o IBGE. No Brasil, essa média foi de R$ 133,24. Apenas 2 milhões de pessoas possuem plano de saúde no Estado, o que equivale a 28,6% da população goiana.
Curiosamente, houve um crescimento significativo de hospitais, principalmente públicos, e de profissionais de saúde em Goiás em dez anos. No ano passado existiam 11,3 mil estabelecimentos de saúde, 82,1% a mais que em 2010. Desse total, 82 são hospitais especializados e 336 são hospitais gerais. Na comparação com 2010, houve aumento de 391% nos hospitais públicos de atendimento ambulatorial e de 190% nos de urgência no Estado. Por outro lado, houve redução de 10% nos estabelecimentos de internação no SUS e nos de internações particulares.
Apesar do crescimento no número de hospitais, a quantidade de leitos com atendimento SUS caiu 12,6% na comparação de 2020 com 2010 em Goiás. Por outro lado, os leitos de internação não SUS (particulares) subiram 38% nos últimos dez anos no Estado, mesmo que o número de internação por 10.000 habitantes tenha se reduzido. Já em relação aos leitos complementares houve aumento tanto pelo SUS (alta de 87,3%) quanto particular (aumento de 200%).
Mais médicos
Havia 12,5 mil médicos no ano passado em Goiás, 49,5% a mais que em 2010. Contudo, na comparação por 10.000 habitantes, o aumento foi apenas de 28,4%. De todas as especialidades, destacam-se os enfermeiros, que cresceram 226%; os pediatras, 129%; e os técnicos e auxiliares, 87%. Por outro lado, os cirurgiões gerais em Goiás, em 2020, diminuíram 65% na comparação com 2010. Houve queda também no quantitativo de anestesistas.
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