A operadora de ferrovias Rumo registrou no último trimestre do ano passado prejuízo líquido de R$ 384 milhões e uma queda de 9% na sua receita operacional líquida, chegando a R$ 1,512 bilhão, contra R$ 1,662 bilhão no mesmo período de 2020. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) despencou 44,6%, para R$ 419 milhões. Já o volume movimentado no quarto trimestre foi de 15,88 bilhões de TKU (tonelada útil por quilômetro). A empresa encerrou o ano com dívida líquida de R$ 9,385 bilhões, uma alta de 4,3% na comparação com 2020.
Os resultados da companhia foram bastante afetados pela quebra da safra de milho, que é um dos principais produtos transportados pela operadora, ao lado da soja. No quarto trimestre, houve queda de 22% na movimentação, na comparação com 2020. Embora com um peso menor no resultado total, o açúcar também apresentou redução de 33,3% nos volumes transportados no período. Os produtos industriais apresentaram crescimento de 2,3%.
O resultado negativo foi amenizado pelo início da operação da Rumo na Malha Central (Ferrovia Norte-Sul), que permitiu atingir o mercado de grãos de Goiás, e pelo ganho de participação de mercado no Mato Grosso. Analisando as exportações de grãos pelo Porto de Santos, a Rumo teve um ganho de fatia de mercado — em 2021, a participação chegou a 59,2%, contra 52,7% no ano anterior.
Para 2022, a projeção da Rumo é ampliar o Ebitda em 28%, segundo as projeções de resultados para este ano, divulgadas há pouco pela Rumo em fato relevante. Além disso, a companhia planeja reduzir seu capex (investimentos em obras e material rodante) em uma média de 19%. Em 2021, o grupo investiu R$ 3,453 bilhões. Neste ano, a previsão é que o valor fique entre R$ 2,7 bilhões e R$ 2,9 bilhões. Já os volumes transportados deverão ficar entre 72 bilhões de TKU (tonelada útil por quilômetro) e 76 bilhões de TKU, após um resultado de 64 bilhões em 2021.
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