A filiação do presidente Jair Bolsonaro ao Patriota, anunciada hoje pelo senador Flávio Bolsonaro, pode ser uma pedra no sapato do marqueteiro Jorcelino Braga, que comanda o partido em Goiás. Isto porque existe uma tendência dos bolsonaristas mais leais nos estados assumirem o comando dos diretórios regionais, que no estado pode ser entregue ao deputado federal Major Vitor Hugo (atualmente no PSL).
A perspectiva é o governo canalizar o bolsonarismo mais raiz, que antes estava abrigado no PSL, para o Patriota. Braga não é dos mais simpáticos ao presidente e sua trupe e deve se unir ao grupo do Patriota que promete levar à Justiça a filiação do clã Bolsonaro. O grupo contrário é capitaneado pelo vice-presidente nacional do partido, Ovasco Rezende.
Em seu discurso na convenção de hoje, Flávio Bolsonaro, que deixa o Republicanos, disse já se sentir em casa. “É motivo de muita honra ser convidado para entrar num partido em que, talvez, eu devesse ter me filiado lá atrás. Me sinto um dos fundadores, participei da escolha do nome. Minha vinda para esse partido é para somar. Quero fazer um convite para que a gente forme o maior partido do Brasil a partir das eleições de 2022”, disse o parlamentar.
Bolsonaro demorou a escolher um novo partido porque exigia o comando absoluto da sigla, o que inviabilizou algumas tratativas. Isto incluía ter poder para controlar os diretórios regionais da agremiação que o acolhesse. No evento hoje do Patriota, o presidente do diretório nacional, Adilson Barroso, disse que Bolsonaro vai se juntar à legenda “sem pedir uma bala” e criticou seu vice pela postura contrária.