Depois de ameaçar colocar o pé na porta de entrada de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do governo federal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) homologou hoje, em Brasília, a adesão do Estado ao programa e fez elogios a Caiado. “O governo (federal) trabalhou de forma bastante objetiva nesta questão, entendendo os problemas de Goiás e atendendo o governador (Ronaldo Caiado), porque ele é quem sabe realmente de fato dos problemas do Estado. Eu elogio o governador por essa iniciativa e o Estado passa a ter mais meios para melhor atender o interesse da população como um todo”, afirmou o presidente.
Postura bem diferente da que adotou na semana passada, em live ao lado do deputado federal Major Vítor Hugo (PSL), pré-candidato ao governo do Estado, quando ambos questionaram uma suposta falta de transparência do governo estadual no plano de recuperação fiscal e disseram que a situação financeira do Estado era reflexo das medidas de combate à Covid-19 (na verdade, o governo goiano formalizou o pedido de adesão ao RRF bem antes da pandemia).
Diante da ameaça de Bolsonaro de não assinar o contrato, Caiado disse que o presidente estava mal assessorado e se dispôs a conversar com ele pessoalmente para justificar a entrada no RRF, que foi solicitada em 2019 e aprovada este ano pelo Ministério da Economia. O governador acionou também a bancada federal goiana para que fizesse pressão no Palácio do Planalto. Na live de ontem, Bolsonaro e Vitor Hugo mudaram o tom e confirmaram o aval ao governo goiano.
No ato de assinatura de hoje, no Palácio da Alvorada, além de Caiado e Vitor Hugo, estavam também o senador Luiz Carlos do Carmo (MDB) e os deputados federais Magda Mofatto (PL), Francisco Júnior (PSD), José Mario Schreiner (DEM) e José Nelto (Podemos), além do presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSB) e da ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda.
Caiado também fez elogios ao presidente e disse que ele dava o maior presente de Natal a todos os goianos. Com a entrada no RRF, o Estado ganha mais prazo para o pagamento do serviço das dívidas, contratadas em gestões anteriores, e pode reestruturar parte delas. O plano de recuperação prevê o equilíbrio das contas públicas a partir de 2027.
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