A possibilidade de haver uma grande crise mundial a partir de uma possível falência da gigante incorporadora chinesa Evergrande derrubou o mercado financeiro mundial ontem, com todas as Bolsas fechando em forte queda. Mas, depois de uma boa noite de sono, os mercados na Ásia e na Europa reabriram mais calmos e com boa tendência de recuperarem as perdas de ontem. O mesmo movimento é notado nas Bolsas do Brasil e Estados Unidos. O medo ontem de que a Evergrande possa ser a próxima Lehman Brothers, banco americano que quebrou em 2008 e desencadeou uma das maiores crises financeiras da história, parece não assustar mais tanto hoje.
A empresa, segunda maior do setor na China, acumula mais de US$ 300 bilhões em dívidas e corre risco de falir se não pagar o valor do acordo até esta quinta-feira. O temor de um possível calote abalou ontem as bolsas de valores— se a companhia falir pode disparar instabilidade econômica e social em todo o mundo. Dependendo da forma como os problemas da empresa forem enfrentados pelo governo chinês, os efeitos sobre a indústria de mineração e siderurgia podem ser minimizados, segundo fontes do setor.
As bolsas europeias seguem na esteira da estabilização do mercado acionário em Hong Kong. O Hang Seng fechou hoje em alta de 0,51%, a 24.221,54 pontos, devolvendo apenas uma pequena parte do tombo da sessão anterior, com o setor imobiliário do índice fechando a sessão de hoje em alta de 2,97%, depois de cair 6,69% ontem. O Ibovespa futuro também sobe após tombo de ontem, seguindo a recuperação global, e nesta manhã já alta de 0,37%, passando novamente dos 110 mil pontos. Mas somente com a reabertura amanhã do mercado chinês, após o feriado de hoje, será possível ter a dimensão do efeito Evergrande a partir da Ásia.