As folhas dos servidores da Prefeitura de Goiânia e da Comurg se tornaram alvo de pente-fino e até mesmo de operação da Polícia Civil de Goiás. A companhia de urbanização, sob nova administração, fará licitação em abril para contratar auditoria externa e perícia contábil com o objetivo de revisar a sua folha de pagamento, de 2015 a 2024.
A auditoria terá 90 dias para apresentar um relatório final, que deverá apontar possíveis irregularidades, como incorporação indevida de gratificações, supersalários, desvios de função e benefícios concedidos sem respaldo normativo. Também terá de investigar acordos coletivos firmados sem a devida participação do Poder Público Municipal.
A Comurg tem quase 7 mil servidores, a grande maioria comissionados. E um histórico de desafios na administração de sua folha de pagamento, incluindo acordos coletivos que resultaram em desvio de função e benefícios salariais sem justificativa técnica.
Caso de polícia
Já a Polícia Civil de Goiás realizou nesta sexta-feira seis mandados de busca e apreensão em Goiânia relacionados a “um esquema de falsidade ideológica e estelionato majorado envolvendo servidores da Prefeitura de Goiânia”.
“Com o cumprimento dos mandados, objetiva-se reunir elementos probatórios a fim de averiguar a extensão da fraude e a quantidade de servidores envolvidos. Ao todo, 30 policiais civis trabalharam no cumprimento dos mandados em Goiânia. A fraude teria ocorrido no período de julho de 2023 a novembro de 2024”, informou a Polícia Civil.
As investigações tiveram início em 2023. Segundo a PC, muitos servidores fraudavam o ponto eletrônico, permitindo que aqueles que estavam ausentes do trabalho registrassem a presença de colegas. Isto permitia que os ausentes recebessem salários sem estar efetivamente no local de trabalho.
A Prefeitura de Goiânia, sob a gestão de Sandro Mabel (União Brasil), declarou em nota apoio integral as investigações da Polícia Civil. “A Prefeitura se coloca à disposição da PCGO para colaborar com as investigações”, destacou.