A economia goiana (e brasileira) parecia que iria embalar neste ano depois de sofrer forte baque em 2020 com as medidas de restrições econômicas adotadas pelo governo estadual e pelas prefeituras para conter o avanço da pandemia da Covid-19. De fato, os números até meados deste ano eram otimistas. Mas, segundo mostram os dados do IBGE, essa recuperação econômica tem perdido o fôlego nos últimos meses no Estado, apesar do avanço significativo da vacinação contra a Covid-19. De acordo com economistas, desemprego ainda elevado, queda na renda dos consumidores com o aumento da inflação e alta nos juros explicam boa parte do freio no crescimento da economia no final deste ano. As sucessivas crises políticas em Brasília também não ajudam em nada.
O setor industrial goiano fechou agosto com queda de 3,4% em relação ao mesmo mês de 2020, quando já tinha sido um mês muito ruim porque Goiás estava no auge das restrições econômicas causadas pela primeira onda da Covid-19 no País. No acumulado dos últimos 12 meses, a produção das indústrias no Estado já acumula queda de 3,2%. Este cenário tem feito os empresários do setor ficarem cada vez menos confiantes com a economia nos próximos meses. Segundo divulgou nesta semana a Fieg, o Índice de Confiança do Empresário Industrial Goiano caiu neste mês para 52,9 pontos, redução de 6 pontos na comparação com setembro e de 8,6 pontos em relação a outubro de 2020.
No comércio goiano o cenário não é muito diferente. As vendas de agosto passado sofreram queda de 5,4% em comparação com o mesmo mês de 2020, resultado que reduz o crescimento acumulado do setor para apenas 2% nos últimos 12 meses. Portanto, longe de recuperar as significativas perdas sofridas no ano passado.
Serviços se salvando
O setor de serviços, que sem dúvida foi o mais prejudicado no ano passado pelas restrições econômicas e medidas de isolamento social, tem apresentado boa recuperação neste ano em Goiás, destoando da indústria e do comércio. Em agosto, o volume de serviços em Goiás apresentou crescimento de 16,6%, sendo o sétimo consecutivo neste ano, acumulado nos últimos 12 meses uma recuperação de 8,7%.
Praticamente todos os segmentos do setor de serviços apresentam recuperação em Goiás. A atividade de serviços prestados às famílias já realiza um maior volume de serviços que realizava antes da pandemia, estando 9,2% acima do patamar de fevereiro de 2020. A atividade apresenta um acumulado de 41,8% no ano. Os serviços profissionais, administrativos e complementares acumulam crescimento nos últimos 12 meses de 22,1%; os de transportes e correio, após passarem por 12 meses de quedas consecutivas, já acumulam crescimento de 6,2% nos últimos 12 meses.