Centenas de mortos. Esse é o balanço do ataque de ontem ao Hospital Al-Ahli, na Cidade de Gaza. O número exato de vítimas fatais ainda não é preciso. Há relatos de 200, 300, mais de 500. Também não se sabe quantos palestinos ficaram feridos. A responsabilidade pelo ataque é outro ponto de incerteza. Imediatamente após o bombardeio, o Hamas acusou Israel, que foi condenado pela Autoridade Nacional Palestina e por vários países do Oriente Médio, como Egito e Irã.
O bombardeio foi duramente condenado por líderes de todo o mundo. Em meio à troca de acusações, manifestantes saíram às ruas em vários países do Oriente Médio. Protestos foram registrados na Jordânia, no Líbano, no Iraque e no Irã.
Mas as Forças de Defesa de Israel negaram envolvimento e responsabilizaram a Jihad islâmica Palestina, que também disse não ser responsável pelo ataque. “Não atacamos intencionalmente quaisquer instalações sensíveis e, definitivamente, não atacamos hospitais”, disse o tenente-coronel Jonathan Conricus.
Para provar que não é responsável pelo ataque, o militar disse que Israel talvez compartilhe inteligência ou dados brutos com o mundo. Autoridades americanas já receberam essas informações e estão trabalhando para entender o que houve.
Um dos indícios que Israel usa para sustentar sua inocência é a ausência de uma cratera na região, que um míssil causaria. A afirmação ainda não foi corroborada por analistas externos. Há um vídeo, tampouco corroborado como sendo do local certo e tomado na hora exata, que mostra uma série de foguetes disparados seguidos da explosão.
O país também divulgou uma conversa captada entre dois líderes do Hamas que tratam da explosão, reconhecendo sua responsabilidade. Nenhuma das evidências passou pelo crivo externo ao governo israelense. O Ministério da Saúde de Gaza, do Hamas, fez uma coletiva para a imprensa colocando os médicos entre dezenas de corpos mortos, nas ruínas do hospital.
Biden em Israel
Na esteira do ataque, o presidente americano Joe Biden chegou nesta quarta-feira (18/10) a Israel, onde foi recebido por Netanyahu e pelo presidente Isaac Herzog. Antes de embarcar, Biden se disse “indignado e profundamente triste” com a explosão no Hospital, mas seu esforço de mediar um cessar-fogo foi comprometido. A Jordânia adiou o encontro em Amã onde o americano se reuniria com o rei Abdullah II, e com os presidentes do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, e da ANP, Mahmoud Abbas.