As falas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no ato de domingo sobre a minuta do golpe “parecem” uma confissão, segundo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à Broadcast, ele avaliou que Bolsonaro saiu de uma situação de “possível autor intelectual para pretenso autor material” da tentativa de golpe.
“Temos esses dados e por isso talvez ele decidiu fazer esse movimento, para mostrar que tem apoio popular, que continua relevante na opinião pública. Isso não muda uma linha em relação às investigações, nem muda qualquer juízo ou entendimento do STF”, disse.
Quanto à proposta de anistia pelo 8 de Janeiro, Gilmar disse que essa discussão “não faz o menor sentido”. “Estamos falando da ameaça mais grave à democracia em todos esses anos pós-ditadura.”
Pesquisa
A eventual prisão de Bolsonaro seria um ato justo para 50% dos brasileiros e injusto para 39%, aponta pesquisa Genial/Quaest. O resultado é semelhante quando o assunto é a inelegibilidade determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral: justa para 51% e injusta para 40%.
Os números se invertem entre os evangélicos, uma das principais bases de apoio do ex-presidente. Entre eles, a prisão seria injusta para 56% e justa para 36%. O levantamento foi feito entre os dias 25, quando houve o ato bolsonarista na Avenida Paulista, e 27 deste mês, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
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