O PT se mobiliza contra uma possível terceirização dos serviços públicos da saúde na rede municipal de Goiânia. A presidente metropolitana do partido e vereadora Kátia Maria deverá cobrar, oficialmente, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), explicações detalhadas sobre reais propostas de terceirização.
Além disso, vai convocar o secretário municipal Wilson Pollara para participar da próxima reunião da Comissão de Saúde, na Câmara de Goiânia, marcada para 18 de abril.
“Em todas as oportunidades de diálogo que temos, tentam nos passar a ideia de que está tudo bem. Mas é uma realidade bastante diferente da que nos é trazida pelas entidades, profissionais e usuários. E também do que podemos observar pessoalmente, em visitas às unidades básicas de atendimento, aos Centros de Atenção Integrada à Saúde (Cais), às maternidades”, disse.
A vereadora apontou falta de insumos básicos, longas filas para cirurgias e sucateamento das unidades. Para Kátia Maria terceirizar o serviço da saúde em Goiânia “em nada irá beneficiar os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)”, pois estará tirando da Prefeitura a gestão direta das unidades da rede pública.
No início deste ano, servidores que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Goiânia reclamaram de sucateamento e de más condições de trabalho.
Sinalizações
Desde o ano passado, a Prefeitura de Goiânia tem sinalizado interesse na terceirização de Cais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Centros de Saúde da Família (CSFs) e outras unidades da rede municipal. Em meio às reivindicações de profissionais do setor por melhorias, o secretário municipal Wilson Pollara sugeriu terceirização dos serviços.
Foi ventilada a hipótese de terceirizar o serviço para a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). Ela já administra o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara, a Maternidade Nascer Cidadão e a Maternidade Dona Iris.
Segundo a presidente Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (SindSaúde-GO), Néia Vieira, o secretário Wilson Pollara acena com possibilidade de assinar contrato de terceirização por cinco anos. Garantindo, por exemplo, contratação de profissionais para atenção primária.
“Isso é abusivo”, ressaltou Néia. “Primeiro, porque a gestão está finalizando em dezembro; então, por que fazer contrato de cinco anos? Além disso, temos profissionais concursados e, também, no cadastro de reserva. Se há necessidade de chamar, então que se utilize o que deve ser usado legitimamente para isso, que é o concurso público. E não precarizar, fragilizar os vínculos como vem sendo feito”, completou.
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