Em resposta à aprovação da reforma tributária e após 12 anos, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou nesta terça-feira (19/12) a nota de crédito soberano do Brasil de “BB-” para “BB” com perspectiva estável. O país segue no grau especulativo, mas a dois degraus do de investimento, que indica baixo risco de calote.
Para a S&P, a medida aprovada na última sexta-feira “se soma a um histórico reformista desde 2016”. A agência espera uma correção fiscal gradual, antecipando que os déficits fiscais vão permanecer.
“Esperamos que as instituições brasileiras continuem a abordar lentamente as ineficiências econômicas que retardam o crescimento do país, assim como a rígida estrutura orçamentária, que contribui para grandes déficits fiscais e uma elevada carga de dívida”, diz.
A classificadora afirma que pode rebaixar a nota brasileira se houver uma deterioração fiscal adicional e um aumento da dívida pública acima do esperado, mas destaca que pode elevá-la se as reformas melhorarem a trajetória de crescimento de longo prazo. Em junho, a S&P já tinha indicado perspectiva positiva para a nota do país.
Comemoração
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a decisão já era esperada e reflete a harmonia entre os Poderes. “Era a última agência a rever a nota do Brasil, a Moody’s e a Fitch já tinham feito isso no meio do ano. Parece que a S&P estava aguardando o desfecho das reformas pelo Congresso. Essa harmonia entre os Poderes, para colocar ordem nas contas, garantir orçamento e programas sociais, as agências percebem que há coordenação em torno de objetivo maior.”
Haddad, no entanto, disse não se conformar com o fato de o Brasil não ter grau de investimento, já que não possui dívida líquida em moeda externa e tem mais de US$ 300 bilhões em reservas.