Embora o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicanos), seja visto pela esquerda brasileira como uma ameaça à democracia – e apesar de o presidente Lula ter manifestado sua preferência pela candidata derrotada, Kamala –, deve ser pragmática a relação do governo petista com a sua administração.
Lula parabenizou o republicano pela vitória pouco após ela se confirmar. Mais tarde, afirmou esperar que Trump estabeleça uma relação civilizada com o Brasil.
O governo Lula organizou uma missão diplomática aos EUA em setembro para encontros de aproximação com pessoas ligadas a Trump e Kamala. Um dos principais pontos de preocupação é o nível de acesso ao entorno de Trump que aliados de Bolsonaro têm, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
No Itamaraty, o diagnóstico é que o futuro da relação bilateral vai depender do quão ideológica será a política externa republicana. Não se sabe ainda se Trump recompensará a lealdade da família Bolsonaro com um tratamento hostil a Lula.
Diplomatas acreditam que os interesses econômicos tendem a criar bases para o relacionamento.
Bolsonaro
Jair Bolsonaro (PL) disse que pedirá ao ministro Alexandre de Moraes (STF) que o autorize a comparecer à posse de Donald Trump (Partido Republicano) como presidente dos EUA. A cerimônia está marcada para 20 de janeiro nos Estados Unidos.
O ex-presidente teve o passaporte retido em processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para mantê-lo na Presidência.
O fato é que a eleição de Trump animou novamente os bolsonaristas. O presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, voltou a afirmar que Bolsonaro é o único candidato para 2026 e descartou uma possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) caso o ex-presidente tenha a chance de concorrer.
“O Tarcísio jamais disputaria com o Bolsonaro. Bolsonaro é o candidato. Nós não temos ninguém no Brasil que tenha o prestígio pessoal do Bolsonaro”, disse.