Por mais que o futuro governo fale em desmembrar e recriar ministérios, o espaço é pouco para encaixar os aliados. Para agravar a situação, a bancada do PT apresentou ontem ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva uma lista com as pastas das quais não abre mão: Fazenda, Casa Civil, Articulação Política, Desenvolvimento Social (que cuida do Bolsa Família), Saúde e Educação.
Um dos problemas é que o Desenvolvimento Social é objetivo também da senadora Simone Tebet (MDB-MS), uma das mais ativas apoiadoras de Lula no segundo turno. Os petistas temem que a exposição positiva numa pasta com forte apelo social a cacife para a eleição de 2026, caso Lula cumpra a promessa de não se candidatar.
O vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE), admite que o partido tenha menos ministérios que nos primeiros governos do presidente eleito, mas diz que serão mais qualificados. “Nós vamos ter menos na matemática, e mais no mérito”, disse.
Menos uma
Na mesma reunião, Lula oficializou que a deputada Gleisi Hoffmann (PT-SC) não será ministra. Ele defendeu que ela continue na presidência da legenda até novembro de 2023, quando termina seu mandato, e elogiou a forma como conduziu o partido no auge da Lava-Jato. Com a decisão, abre-se espaço na esplanada para petistas que estarão sem mandato, como o governador baiano Rui Costa, e evita-se uma disputa pelo comando da legenda junto com a mudança de governo.
A cúpula petista estima que haverá de 15 a 20 ministérios disponíveis para acomodar os apoiadores do governo do presidente eleito. O número já incluiria os indicados pelo próprio partido. Lula tem dado prioridade para temas mais sensíveis, como o Ministério da Defesa (José Múcio Monteiro está próximo de ser anunciado) e o da Fazenda (Fernando Haddad é o favorito).
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