Depois do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) ligar para acionistas da Vale e pedir, em nome do presidente Lula, a indicação de Guido Mantega para chefiar a mineradora, o próprio petista entrou no circuito. Mas nada de falar em sucessão. No aniversário de cinco anos da tragédia em Brumadinho, Lula criticou a condução do processo de amparo às vítimas.
“Hoje faz 5 anos do crime que deixou Brumadinho debaixo de lama, tirando vidas e destruindo o meio ambiente. Cinco anos e a Vale nada fez para reparar a destruição causada. É necessário o amparo às famílias das vítimas, recuperação ambiental e, principalmente, fiscalização e prevenção em projetos de mineração, para não termos novas tragédias como Brumadinho e Mariana”, postou o presidente no X.
O Conselho de Administração da mineradora se reúne no dia 31. A permanência de Eduardo Bartolomeo na presidência por mais um mandato está na pauta. E em mais um sinal de que segue com a missão de emplacar Mantega, Lula marcou para terça-feira (30/1) uma reunião com Ministério de Minas e Energia, Banco do Brasil e Previ — fundo de pensão da estatal, que detém dois dos 13 assentos no conselho da Vale.
Condenação
A Justiça Federal condenou ontem as mineradoras Vale, BHP e Samarco ao pagamento de R$ 47,6 bilhões por danos morais coletivos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em novembro de 2015. Ainda cabe recurso.
Na decisão, o juiz substituto Vinicius Cobucci afirma que “o montante adotado não é irrisório e tampouco excessivo” e que a falta de punição rápida “possivelmente contribuiu para o rompimento da barragem de Brumadinho em 2019”, cuja tragédia completou cinco anos ontem.
A BHP alega não ter recebido a sentença, enquanto Vale e Samarco não se pronunciaram.