A dolarização da economia da Argentina não será imediata com o novo governo do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, que será empossado no próximo dia 10. Ele não suspenderá os controles cambiais imediatamente, mas aliados afirmam que seu governo manterá a dolarização como uma meta de médio prazo.
Luis Caputo, que está liderando a equipe econômica de Milei durante a transição de governo, disse a executivos de bancos em Buenos Aires que o foco do novo governo será alcançar um superávit fiscal em 2024. A reunião, que o veterano de Wall Street utilizou para apresentar as principais linhas do plano econômico de Milei, contou com cerca de 30 pessoas, entre consultores e funcionários dos bancos.
Os comentários de Caputo parecem confirmar que Milei está se afastando de conselheiros que defendem suas promessas de campanha mais dramáticas, incluindo abandonar o peso e fechar o banco central. O presidente eleito também parece ter se distanciado de seu guru da dolarização, Emilio Ocampo.
Fora do governo
Outro conselheiro “hawkish” (enérgico) do início da campanha do argentino, Carlos Rodriguez, anunciou na rede social X (antigo Twitter) que também não integraria o governo. Investidores, que saudaram a vitória de Milei nas eleições presidenciais de 19 de novembro, continuaram a elevar os preços dos ativos argentinos na medida em que o presidente eleito dá sinais de moderação.
Um porta-voz da câmara bancária argentina, Adeba (Asociación de Bancos Argentinos), disse à Bloomberg News que a reunião foi “muito positiva” e proporcionou uma abordagem “pró-mercado” para a dívida do banco central.
Leia também: Comitiva de Bolsonaro: Caiado vai na posse de Milei