Gravações feitas por Andrea Siqueira Valle (foto), ex-cunhada de Jair Bolsonaro, podem implicar diretamente o presidente no esquema de “rachadinhas” durante seu período como deputado federal (1991-2018). A prática consiste em pegar de volta parte do salário de assessores, o que constitui crime de peculato. Segundo Andrea, Bolsonaro demitiu o irmão dela, André, porque ele sempre devolvia menos do que os R$ 6 mil exigidos pelo deputado.
Em outro áudio, a filha e a mulher de Fabrício Queiroz, homem de confiança de Bolsonaro e responsável por recolher o dinheiro, se referem ao presidente como Zero Um no esquema. E Andrea Valle ainda conta que Queiroz não era o único coletor. Guilherme dos Santos Hudson, coronel da reserva do Exército e amigo de Bolsonaro, tinha o mesmo papel.
O advogado do presidente, Frederick Wassef, nega a prática de rachadinhas no gabinete de Bolsonaro e de seus filhos.