O governo ucraniano confirmou que paraquedistas russos entraram em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, e lutam por seu controle. Durante a terça-feira, o centro urbano já havia sido alvo de um pesado bombardeio, que destruiu a sede do governo local, matando dez pessoas e deixando pelo menos 20 feridos. Já na capital, Kiev, as bombas russas tiveram como alvos a principal antena de TV da cidade, resultando em cinco mortes de civis, e o memorial em homenagem às vítimas ucranianas do Holocausto.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, classificou os ataques como terrorismo e acusou o russo Vladimir Putin de crimes de guerra. A ofensiva russa não se limita a bombas e tanques. Há pelo menos duas semanas o governo ucraniano vem denunciando ataques cibernéticos a instituições das áreas de segurança e financeira do país.
A tensão na capital ucraniana é crescente devido à aproximação de um comboio militar russo que já se estende por 64 quilômetros. As tropas de Putin cercam pelo menos nove cidades no país. Zelenski condicionou uma nova rodada de negociações a um cessar-fogo, mas admitiu que, segundo as fontes de inteligência da Ucrânia, os russos planejam novos ataques na madrugada desta quarta-feira.
Durante a madrugada desta quarta-feira (2/3), a Rússia chegou a anunciar a tomada de Kherson, uma cidade pequena, porém com alguma importância estratégica. Com 320 mil habitantes, décima-sétima em tamanho no país, é uma plataforma a partir da qual os russos podem chegar a Odessa, o mais importante porto da Ucrânia, além de funcionar como principal fonte de distribuição de água potável no país. Mas, em meio ao nevoeiro da guerra, a notícia não foi confirmada — em sua página no Facebook, o prefeito diz que Kherson está cercada, mas não tomada.