O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, participa nesta segunda-feira (30/10) em Nova York de reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para tratar da guerra entre Israel e o Hamas. Será mais uma tentativa de definir medidas para garantir o acesso da população de Gaza à assistência humanitária e proteger os civis. O Brasil preside o colegiado até esta terça-feira (31/10).
Desde a primeira reunião do Conselho de Segurança para debater o avanço da guerra, pelos menos quatro propostas de resoluções foram vetadas pelos países que fazem parte do órgão das Nações Unidas. Foram duas propostas da Rússia, uma do Brasil e outra dos Estados Unidos.
O Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, informou que retomou o contato telefônico com os brasileiros que estão nas cidades de Rafah e Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza. Bombardeios derrubaram a rede de telefonia na última sexta-feira. Segundo a representação brasileira, a comunicação foi restabelecida e não há relatos de pessoas feridas em decorrência dos bombardeios.
O grupo é formado por 34 pessoas, sendo 24 brasileiros, sete palestinos em processo de imigração e três palestinos familiares. Eles aguardam sinal verde do governo egípcio para serem resgatados e retornarem ao Brasil.
Caos completo
Com a crise humanitária crescendo a cada dia na Faixa de Gaza, multidões invadiram e saquearam depósitos da ONU no território onde eram armazenados para distribuição suprimentos enviados pela fronteira com o Egito.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas, o número de mortos no território já chega a 8 mil, dos quais 73% seriam “vulneráveis” — mulheres, crianças e idosos. O Irã, financiador do Hamas, disse que Israel “cruzou uma linha vermelha” com seus bombardeios a Gaza, enquanto os EUA alertam para o risco de conflito generalizado no Oriente Médio.
A guerra entre Israel e o Hamas entrou em uma “segunda fase” na madrugada de sábado com as operações militares israelenses dentro da Faixa de Gaza. Em entrevista coletiva, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu voltou a recomendar que a população palestina deixe o norte do território, onde estão concentradas as operações, e acrescentou que Israel está “pronta para garantir que os assassinos paguem o preço pelo massacre”, referindo-se aos atentados em 7 de outubro, que deixaram 1.400 mortos em Israel e mais de 200 reféns em poder do grupo terrorista.
Ataque na Rússia
O governo russo fechou o aeroporto de Mahackala, capital do Daguestão, após um grupo invadir a pista na noite de ontem em busca de israelenses que estariam em um voo. O Daguestão é uma república russa (equivalente a estados no Brasil) de população predominantemente muçulmana.
Antes de entrar na área dos aviões, o grupo abordou passageiros exigindo que mostrassem seus passaportes. Segundo a autoridade aérea russa, um voo vindo de Tel Aviv fez uma escala técnica em Mahackala a caminho de Moscou. O governo israelense pediu à Rússia que proteja seus cidadãos. A polícia russa já assumiu o controle do aeroporto.
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