Com o avanço militar de Israel sobre a Faixa de Gaza e a escalada no número de mortos, aumentam as manifestações pró-Palestina em diversas cidades do mundo. Neste sábado (4/11), reuniram milhares de pessoas em capitais como Washington (EUA), Londres (Reino Unido), Berlim (Alemanha), Paris (França), Ancara (Turquia), Buenos Aires (Argentina) e Taipei (Taiwan). Também ocorreram em diversas cidades no Brasil.
Empunhando bandeiras da Palestina, faixas e cartazes, um grupo em Brasília (DF) cobrou medidas mais enérgicas do governo brasileiro contra a escalada da guerra, que classificam como um “genocídio” do povo palestino, como suspensão da relação comercial com Israel. A ofensiva militar israelense acontece num estreito pedaço de terra de cerca de 41 quilômetros de comprimento por 10 quilômetros de largura, às margens do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio, onde cerca de 2,2 milhões de palestinos vivem.
Presente ao ato em Brasília, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, disse que as recorrentes manifestações brasileiras de solidariedade têm sido muito importantes. “Estamos muito satisfeitos por esta expressão solidária do povo brasileiro, que sempre demonstrou estar e atuar à altura [dos desafios] quando se trata da [manutenção de uma] paz justa. Nós, palestinos, estamos precisando destas manifestações, de uma palavra, de um ato de solidariedade, para aliviar um pouco de nossa dor”, comentou.
Capitais
Segundo a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), também foram anunciadas manifestações de apoio ao povo palestino em Belo Horizonte, Campo Grande, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, São Paulo, Vitória e diversas outras cidades.
Em Londres, grandes multidões bloquearam partes do centro da cidade, antes de marcharem para Trafalgar Square. Os manifestantes seguravam cartazes “Liberdade para a Palestina” e gritavam “cessar-fogo agora” e “aos milhares, aos milhões, somos todos palestinos”. O Reino Unido apoia o direito de Israel de se defender depois do ataque do Hamas, porém o governo defende pausas humanitárias para permitir a entrada de ajuda em Gaza.
No centro de Paris, os manifestantes portavam cartazes com os dizeres “Pare o ciclo de violência” e “Não fazer nada, não dizer nada é ser cúmplice”. Foi uma das primeiras grandes reuniões de apoio aos palestinos legalmente permitidas na capital parisiense desde o ataque de 7 de outubro.
Mortes em ambos lados
De acordo com o Hamas, os ataques de Israel já mataram ao menos 9.488 pessoas e feriram outras 24 mil na Faixa de Gaza. Representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmam que mais de 1,4 milhão de palestinos já tiveram que deixar suas casas na Faixa de Gaza.
“Os hospitais têm sido o principal alvo na Faixa de Gaza”, afirmou à reportagem o presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), Ahmed Shehada, durante a manifestação. “Há cerca de 500 pessoas sendo assassinadas por dia. Milhares ainda estão soterradas sob os escombros de prédios atingidos por mísseis israelenses. É preciso parar essa agressão, este genocídio. Isto não é uma guerra. É um genocídio e nenhum ato justifica algo assim”, afirmou Shehada.
A ofensiva israelense teve início após ação do Hamas. Em 7 de outubro, militantes do grupo terrorista ingressaram em território israelense e atacaram vários kibutzim (comunidades) próximos à fronteira. Mais de 1,4 mil pessoas foram assassinadas e mais de 240 sequestradas. A ação por terra foi precedida por um intenso ataque aéreo, com mísseis sendo lançados contra o território israelense. Israel não concorda com cessar-fogo temporário com o Hamas até que os reféns sejam libertados.
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