Dois dias após a invasão do Sul de Israel seguida de ataque terrorista pelo grupo extremista islâmico Hamas, neste último sábado (7/10), os combates continuam na região. O Exército israelense afirma que militantes seguem entrando pela fronteira com a Faixa de Gaza, governada pelos extremistas. Militares do Estado judeu patrulham a cerca que separa seu país do território palestino, sem conseguir identificar e obstruir todas as passagens usadas pelos invasores.
Já passa de 700 o número de mortos em Israel. A contagem deu um salto após socorristas localizarem cerca de 260 corpos no local onde acontecia uma rave. De acordo com testemunhas, os foguetes começaram a cair nas áreas às 6h30 de sábado, seguidos dos tiros dos invasores. Diversos frequentadores do festival teriam sido tomados como reféns. Na Faixa de Gaza, o total de mortos na retaliação israelense subiu para 436, com mais de 2.200 feridos. Além de alvos do Hamas, mísseis atingiram prédios residenciais e mesquitas.
O governo israelense declarou oficialmente estado de guerra contra o Hamas, o que pode implicar uma invasão por terra à Faixa de Gaza, que o país já havia ocupado entre 1967 e 2005. O ataque do grupo terrorista foi o maior desde a Guerra do Yom Kippur, cujos 50 anos foram celebrados justamente na sexta-feira.
A ofensiva começou na manhã de sábado com uma bateria de milhares de foguetes contra o território israelense, sobrepujando o até então eficiente sistema de defesa aérea. Paralelamente, homens do Hamas invadiram Israel por terra, mar e ar, usando ultraleves e parapentes. Eles atacaram cidades, kibutzim e bases militares, tomando pelo menos cem reféns e capturando equipamento de combate.
Resgate de brasileiros
O governo brasileiro iniciou a uma operação para repatriar cidadãos do país na região, reservando seis aeronaves. Segundo o Itamaraty, um brasileiro foi ferido e três, que participavam da rave atacada pelo Hamas, estão desaparecidos. Segundo analistas, esse é o primeiro grande teste para a diplomacia do Brasil à frente do Conselho de Segurança da ONU.
“O Brasil tem grandes comunidades palestina e israelense e sempre adotou uma postura pragmática no conflito. Não tem relações com o Hamas, por exemplo. Então, certamente, o Brasil deve costurar uma solução diplomática”, avalia o professor de relações internacionais da ESPM, Roberto Uebel.