Com 100 mil soldados a postos na fronteira com Gaza, o Exército de Israel dará início a uma ofensiva terrestre com ataques “maiores e mais severos”. “O próximo passo é avançar, começar a ofensiva e atacar o grupo terrorista Hamas”, anunciou o general Dan Goldfus.
“Precisamos mudar a realidade em Gaza para evitar que aconteça de novo — dure o tempo que durar.” Mais de 300 mil reservistas foram mobilizados e outros 600 mil podem ser acionados, inclusive os que vivem no exterior, como no Brasil. “Vocês vão ter a possibilidade de mudar a realidade aqui. Gaza nunca mais será a mesma”, afirmou o ministro da Defesa Yoav Gallan.
O Hamas disparou ontem (10/10) mísseis contra Ascalom, horas depois de uma mensagem recomendando que a população abandonasse o local. Ao mesmo tempo, 15 mísseis foram lançados contra o Norte de Israel a partir do Líbano. Quatro deles foram interceptados pelo sistema de defesa e 11 caíram em áreas desertas. Também houve disparos, segundo o Exército, partindo da Síria.
Já as forças armadas israelenses anunciaram ontem que mataram o ministro palestino da economia, Juad Abu Smallah. Segundo o anúncio, ele seria o responsável pela gestão dos fundos do Hamas e “designou os recursos para financiar e dirigir o terror dentro e fora da Faixa de Gaza”. O ataque também teve como alvo Zakaria Abu Amr, líder do Departamento de Relações Nacionais do grupo extremista em Gaza.
Israel também elevou para 1 mil o número de mortos, após a descoberta de cem corpos em um kibutz que foi alvo dos terroristas. Em Gaza, o Ministério da Saúde disse que 770 pessoas morreram em ataques aéreos desde sábado.
Apoio americano
Em um pronunciamento de dez minutos, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reafirmou ontem o compromisso com Israel e reiterou o direito do Estado judeu de se defender. “Isso é terrorismo”, afirmou pouco depois de conversar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. “Não há justificativa para o terrorismo. Não há desculpa”, disse, ao confirmar a morte de 14 americanos, enquanto seu conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, disse que há “20 ou mais” desaparecidos.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, também afirmou que Israel tem o direito de se defender, mas seguindo o direito internacional. “Israel tem o direito de se defender, mas isso tem de ser feito de acordo com o direito internacional, o direito humanitário, e algumas decisões são contrárias ao direito internacional. Uma punição coletiva contra todos os palestinos é injusta e contraproducente. Será algo contrário aos nossos interesses e ao interesse da paz. Nem todo palestino é terrorista.”