Após atingir com mísseis alvos nos vizinhos Paquistão e Iraque e na Síria, exibindo sua capacidade militar, o Irã mostrou que está determinado a atacar inimigos. “Somos uma potência mundial de mísseis”, afirmou o ministro da Defesa, Mohammad Reza Ashtiani.
“Onde quer que ameaçarem a República Islâmica do Irã, nós reagiremos. E esta reação será definitivamente proporcional, dura e decisiva”, enfatizou.
O Irã frequentemente ataca seus inimigos por procuração, contando com os grupos armados que financia e apoia, como Hezbollah (Líbano), Hamas (Gaza) e Hutis (Iêmen). Mas, nesta semana, agiu por conta própria e anunciou suas ações como vingança.
Segundo fontes da Guarda Revolucionária, a demonstração de força teve o objetivo de tranquilizar os conservadores do país e os aliados no exterior, além de alertar Israel, Estados Unidos e grupos terroristas de que vai contra-atacar.
Os apoiadores do regime islâmico ficaram indignados com os ataques que mataram dezenas no início do mês. Analistas indicam, no entanto, que as ações iranianas foram pensadas para evitar um enfrentamento direto, parando antes de iniciar uma escalada na região.
Bombardeio
A tensão chegou a um novo patamar após o bombardeio iraniano a dois alvos no vizinho Paquistão, deixando ao menos duas crianças mortas. Teerã disse ter feito um “ataque de precisão” a duas bases do grupo militante sunita Jaish al-Adl na província do Baluquistão, na fronteira entre os dois países.
Islamabad reagiu atingindo bases de supostos grupos separatistas paquistaneses dentro do Irã.
Enquanto isso, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, afirmou que o fim do conflito em Gaza encerrará outros embates na região, referindo-se diretamente ao Hezbollah e aos Hutis.
Já o governo americano anunciou a inclusão dos Hutis, que estão atacando embarcações no Mar Vermelho em apoio ao Hamas, como grupo “terrorista global”. Com isso, as instituições financeiras dos EUA devem congelar fundos dos Hutis e seus membros serão banidos do país.
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