O ministro Fernando Haddad (Fazenda) ouviu de empresários e representantes de entidades patronais de segmentos da indústria que a reforma tributária é prioritária para o setor. No discurso de abertura, o presidente Josué Gomes repetiu as queixas dos empresários aos juros altos e à pesada carga tributária, responsáveis por reduzir recursos para investimentos. Gomes também sugeriu que a versão a ser aprovada neste ano tenha uma tributação menor sobre a indústria de transformação.
Haddad revelou o compromisso firmado com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para destravar demandas da autoridade monetária. E, também, citou a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%, como uma “trava”. Afirmou que a equipe econômica trabalha para reduzir o spread bancário.
Sobre o Pix, o ministro antecipou que ele vai virar um instrumento de crédito também e reforçou ser um entusiasta da reindustrialização, mencionando um plano de transição energética para concretizar esse projeto.
Juros
Os principais bancos centrais do Ocidente tomam decisões sobre juros nesta semana. Nesta quarta-feira (1/2), é a vez dos BCs brasileiro e americano. Nos EUA, expectativa é que a autoridade monetária eleve a taxa básica em 0,25 ponto percentual e, no Brasil, a taxa deverá permanecer em 13,74% ao ano. Espera-se alta também do Banco Central Europeu e do Banco Central da Inglaterra. Todos esses países têm o mesmo problema: inflação alta, e um único instrumento: taxa de juros.
Falando em inflação no Brasil, os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de deste ano de 5,48% para 5,74%, a sétima alta consecutiva do indicador. A informação consta do relatório “Focus”, divulgado pelo Banco Central.
O setor público consolidado brasileiro registrou um superávit primário de R$ 125,9 bilhões em 2022, no melhor resultado anual desde 2011, informou o BC. O saldo acumulado em 12 meses equivale a 1,28% do PIB. Considerando esse indicador, o resultado foi o mais forte desde 2013, quando encerrou o ano em 1,71% do PIB.