A Câmara de Goiânia aprovou nesta terça-feira (21) projeto para alterar o nome da Avenida Castelo Branco para Avenida Iris Rezende Machado. Mas a iniciativa dos vereadores já causou insatisfação entre os comerciantes da via. O Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas) emitiu no final da tarde uma nota expondo sua contrariedade com a mudança, sob a justificativa de que ela pode trazer prejuízos ao comércio local.
“Na análise do sindicato, essa alteração pode causar desorientação na população e onerar os lojistas, que terão de refazer placas, letreiros, cartões de visitas, plotagem em veículos e todas as demais peças publicitárias onde constam os endereços das empresas”, diz a nota da entidade, acrescentando que faltou diálogo dos vereadores com os mais de 600 lojistas da região. O Sindilojas fez questão de destacar que a contrariedade não tem nada a ver com a figura de Iris e que reconhece a “honra e o legado irreparável do ex-governador e ex-prefeito”.
Outra iniciativa, do senador Luiz Carlos do Carmo (MDB), que busca dar o nome de Iris ao Aeroporto Santa Genoveva também tem rendido bastante polêmica, com a insatisfação da família do doador da área, Altamiro Pacheco.
A homenagem por meio da Avenida Castelo Branco foi proposta pelos vereadores Clécio Alves (MDB) e Marlon Teixeira (Cidadania) e endossada pela maioria absoluta dos vereadores. Mas ambos autores do projeto manifestaram o desejo de que a iniciativa seja reconhecida como de todo o Legislativo goianiense. Inicialmente, a ideia era mudar o nome da Avenida Anhanguera para Avenida Anhanguera Iris Rezende, mas a sobreposição de dois nomes não foi bem recebida na sociedade e nem dentro da Câmara.
Então as atenções se voltaram para a Castelo Branco, que homenageia um dos ex-presidentes da ditadura militar e para a qual existe um projeto de revitalização para transforma-la em uma “agrovia”, devido à forte presença de lojas de produtos agropecuários. “Na Alemanha não tem rua homenageando Hitler; no Iraque também não tem rua homenageando Saddam Hussein, mas aqui, em Goiânia, tem avenida homenageando o Golpe Militar. Está errado, não podemos normalizar absurdos como racismo, preconceito ou homenagens ao Golpe Militar”, argumenta Marlon Teixeira.
Não é de hoje que Marlon está empenhado em varrer o nome do ex-presidente militar da via que liga as regiões Sul e Norte de Goiânia. Ele chegou a anunciar um projeto para mudar o nome da Avenida Castelo Branco para Avenida Marília Mendonça, em homenagem à cantora que morreu no dia 5 de novembro, mas acabou desistindo da ideia.