O Congresso retoma os trabalhos pós-recesso em uma semana importante para a economia, já que a expectativa é de início da trajetória de corte dos juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que acontece amanhã e depois. Será a primeira com a participação dos dois diretores do Banco Central indicados por Lula – Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Ailton Aquino (Fiscalização). O Copom tem nove membros.
A economia seguirá na lista de prioridades para o governo na Câmara e no Senado. Arcabouço fiscal, voto de qualidade do Carf — o tribunal da Receita Federal — e reforma tributária já estão na pauta dos parlamentares, assim como o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024.
De olho no reequilíbrio das contas públicas, que precisam ficar zeradas no ano que vem, o governo deve enviar em breve um novo bloco de medidas para ampliar a arrecadação. Paralelamente, seguem as negociações da minirreforma ministerial para acomodar o Centrão e aumentar a base do governo nas votações.
Juros dos bancos
Em meio à expectativa sobre a reunião do Copom, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reúne-se hoje com banqueiros em São Paulo. O tema são os juros do rotativo do cartão de crédito, cuja taxa média subiu de 417,4% ao ano, em fevereiro, para 430,5% ao ano em março. Em relação à Selic, que é referência para outras taxas de juros, inclusive as cobradas ao consumidor, a expectativa é de queda de ao menos 0,25 ponto percentual, passando de 13,75% para 13,50% ao ano.
Para Haddad, o ciclo de cortes vai começar e o “espaço que existe é bastante considerável”, pois, se cortar 0,5 ponto percentual a cada reunião, só chegará ao juro neutro após dez encontros. “Então, imagine agora: se [a taxa Selic] cair de 13,75% para 13,25%, o que isso vai significar em termos de atividade econômica — é uma sinalização apenas, mas na prática é muito pouco”, afirmou em entrevista a Luis Nassif.
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