O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que “estamos caminhando para um patamar bastante elevado do ponto de vista de aperto monetário”. A taxa básica de juros, a Selic, está em 13,25% ao ano e deve ser elevada em mais um ponto percentual na reunião de março do Copom.
Ele acrescentou que “é lógico” que se deve passar por um momento de curto prazo “desconfortável” para a sociedade, empresas e famílias.
“É um momento onde a inflação deve seguir em patamar desconfortável, fora da meta, repercutindo todos os eventos do passado e você espera que a política monetária vá fazendo efeito gradativamente e apresentando um processo de desaceleração”, disse.
Não faz milagre
Para Arminio Fraga, ex-presidente do BC, não há problema de comunicação do governo ou do BC. A autoridade monetária, segundo ele, precisa de ajuda da área fiscal para fazer seu trabalho.
“Eu acho que o problema, em última instância, é que o BC precisa de ajuda. E só tem um lugar que pode ajudar, que é o fiscal”, afirmou o economista, sugerindo a Galípolo que convença as autoridades do país de que “não há mágica” na economia.
“Isso que aconteceu até agora foi muito bom: o emprego estar baixo é um sonho, mas agora a festa meio que acabou”, disse. “O Banco Central não faz milagres”, frisou.