O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu hoje (16/6), por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,75 ponto porcentual, para 4,25% ao ano. Motivo: o crescimento vigoroso nos indicadores inflacionários do País, que devem ser pressionados ainda mais por conta das tarifas de energia elétrica no segundo semestre. Os técnicos do Banco Central avaliam que os preços internos também sofrem influência de uma recuperação “robusta” da atividade econômica nos países desenvolvidos e, em menor grau, no Brasil.
Em relação à atividade econômica brasileira, apesar da intensidade da segunda onda da pandemia, os indicadores recentes continuam mostrando evolução mais positiva do que o esperado, implicando revisões relevantes nas projeções de crescimento. Os riscos para a recuperação econômica reduziram-se significativamente, avaliam os técnicos do Banco Central.
“A persistência da pressão inflacionária revela-se maior que o esperado, sobretudo entre os bens industriais. Adicionalmente, a lentidão da normalização nas condições de oferta, a resiliência da demanda e implicações da deterioração do cenário hídrico sobre as tarifas de energia elétrica contribuem para manter a inflação elevada no curto prazo, a despeito da recente apreciação do real”, informou o Copom em nota.
A expectativa do mercado é que a inflação neste ano será de 5,8% e a cotação cambial deve encerrar 2021 em R$ 5,05 o dólar. “Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 6,25% neste ano e para 6,50% em 2022”, ressalta o Copom, que já adiantou que na sua próxima reunião haverá novo aumento na taxa básica de juros, no mínimo, em 0,75 ponto porcentual.