O senador goiano Jorge Kajuru (PSB) recebeu nesta semana empresários do bilionário setor de apostas esportivas, que entrou no alvo de investigações da Polícia Federal por conta de supostas fraudes em resultados do Brasileirão. Ele afirmou que há empresários “bem-intencionados” no setor e pediu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que desse andamento ao seu projeto de lei que regulamenta as apostas esportivas no País.
“A gente não pode ser radical. Há empresários bem-intencionados que vieram até o meu gabinete, que querem pagar impostos. O que eles alegam é que a forma como o ministro [da Fazenda, Fernando] Haddad colocou a licença de cada casa de aposta fica desproporcional. Porque ele estabeleceu um valor de R$ 30 milhões para cada casa. Eu fiz uma proposta ao ministro Haddad, ele aceitou o diálogo com esses empresários”, disse Kajuru.
A regulamentação das casas de apostas ganhou força com o avanço da Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, que investiga um esquema de manipulação de jogos de futebol através de apostas esportivas. O governo federal tem discutido o envio de uma MP ao Congresso para regulamentar as casas de apostas.
Valor menor
A proposta de Kajuru prevê que a empresa de apostas tenha pelo menos uma filial no Brasil, pague R$ 20 milhões para uma autorização de cinco anos e recolha impostos devidos sobre as premiações. A casa de apostas também terá que adotar medidas de prevenção do transtorno do jogo compulsivo e de proteção de menores de idade e idosos.
“Presidente Pacheco, nós temos que colocar em pauta esse projeto nosso e dele a gente ser protagonista. Não precisamos esperar o governo, que promete a sua medida provisória, só que nós não sabemos se ela vai ser completa como a nossa, se ela vai discutir todos os ângulos dessa questão”, enfatizou o senador goiano.
“A questão é muito pior do que isso. Porque crianças estão jogando, jovens estão jogando e nós não devemos aceitar simplesmente que paguem o imposto e continuem jogando. Porque você está, na verdade, fazendo com que essas pessoas acabem se viciando no jogo. Há corrupção envolvida nos jogos também”, disse o senador Flávio Arns (PSB-PR).