O presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSB), não desistiu da vice na chapa do governador Ronaldo Caiado (DEM) para 2022. Embora afirme que seu projeto é disputar a eleição para deputado federal, nos bastidores tem se movimentado muito para estar na chapa majoritária. Entretanto, como informa hoje a coluna Giro do jornal O Popular, essa movimentação tende ser mais explícita a partir de agosto. Um exemplo disto é a agenda que Lissauer prepara para o próximo dia 7 em Rio Verde, sua principal base eleitoral, com Caiado e maior parte do primeiro escalão do governo para uma reunião com aproximadamente 50 prefeitos goianos e deputados estaduais. Lissauer quer mostrar força política.
O desafio para o deputado é que existem pelo menos dois concorrentes de peso para a vaga: o MDB que, a princípio, teria hoje a preferência de Caiado; e o atual vice-governador Lincoln Tejota (Cidadania), que tem demonstrado interesse de continuar com o posto.
O MDB ainda é uma incógnita, embora as conversas têm avançado muito nos últimos meses entre Caiado e o ex-deputado Daniel Vilela, presidente estadual do partido. O problema é que uma ala emedebista defende candidatura própria ao governo, tendo o próprio Daniel ou o prefeito Gustavo Mendanha (Aparecida) na cabeça de chapa. Esta questão deverá ser resolvida somente no início de 2022, até porque Mendanha precisa se desincompatibilizar da prefeitura em abril para disputar as próximas eleições. Mas, Lissauer joga também com a possibilidade do MDB estar na aliança com Caiado. Só que acredita que Daniel Vilela ou Iris Rezende ainda pode disputar, na chapa caiadista, o Senado.
Outro problema são os prefeitos (como Adib Elias e Paulo do Vale) que foram expulsos do MDB em 2019 por terem apoiado a candidatura de Caiado ao governo de Goiás em 2018. No momento, estão em silêncio, apenas observam os passos de Daniel Vilela. Nos bastidores, afirmam que em algum momento vão exigir a prioridade na fila. Prefeito reeleito de Catalão, Adib Elias tem interesse de disputar a eleição de 2022. Prefeito reeleito de Rio Verde, Paulo do Vale é aliado de Lissauer.
O vice Tejota está numa posição mais frágil, porque reúne menor capital político para manter a vaga de vice-governador na chapa de 2022. Sua base política é inferior se comparada com a do MDB e a do próprio Lissauer. Seu partido também não oferece a densidade eleitoral para cacifá-lo nesta disputa. Contudo, tem trabalho nos bastidores e não pode ser subestimado.
A disputa pela vaga de vice-governador na chapa de Caiado é cobiçada porque, caso seja vencedora em 2022, é grande a chance do escolhido assumir o governo em 2026 e disputar a reeleição. É a expectativa de chegar ao poder em Goiás.