Os preços dos combustíveis foram o maior vilão para o aumento da inflação no ano passado e tudo indica que não vão perder este posto em 2022. Além do reajuste promovido pela Petrobras no início do ano, imediatamente repassado para os consumidores, pressões devem provocar novos aumentos até março. Entre eles, o aumento da pauta do ICMS pelos governos estaduais, que ficou congelada por três meses, a partir do próximo dia 31; a disparada dos preços do petróleo no mercado internacional, que pela política da Petrobras são repassados aos seus preços; e um possível aumento na cotação do dólar no Brasil.
Alguns donos de postos em Goiânia preveem que o preço do litro da gasolina comum, por exemplo, que já passou dos R$ 7,40 na maioria dos estabelecimentos da capital, poderá ultrapassar os R$ 7,60 e até mesmo chegar próximo dos R$ 8,00 até o final de março ou início de abril. Claro, se todos estes fatores de pressão permanecerem nos próximos dois meses. Eles criticam a política de preços da Petrobras e afirmam que a estatal poderia vender combustível por valores menores para distribuidoras em Goiás, porque tem um custo bem menor com frete, uma fez que o combustível é enviado por polidutos até Senador Canedo. Mas, afirmam, a Petrobras prefere elevar as suas margens no Estado para compensar lucro menor em outros mercados do País.
No exterior, os preços do petróleo atingiram ontem (18/01) o maior patamar desde 2014. O preço do barril de Brent do Mar do Norte, por exemplo, atingiu US$ 88 em Londres, um recorde desde 30 de outubro de 2014, quando atingiu US$ 86,74. Além de tensões geopolíticas no Oriente Médio, perturbações na oferta e demanda crescente e a variante ômicron também contribuíram para o aumento recorde. O preço do barril WTI era negociado nos EUA acima de US$ 85, também alcançando o maior preço desde outubro de 2014.
Na semana passada a maioria dos governadores decidiu descongelar a pauta do ICMS sobre os preços combustíveis a partir de 31 de janeiro. O congelamento foi decidido no final de outubro de 2021 para tentar conter o aumento dos preços no produto. A medida valerá a partir da primeira semana de fevereiro e, certamente, vai causar reajustes dos preços ao consumidor, uma vez que as distribuidoras e postos devem repassar o aumento para o custo final. Em Goiás, o ICMS foi congelado sobre o preço fixo de R$ 6,55 no litro da gasolina comum, que hoje está quase 1 real mais cara.
No início desta semana a cotação do dólar teve alta no País, por conta das tensões no mercado com Oriente Médio e a variante ômicron. Entretanto, analistas afirmam que estas oscilações são momentâneas e a moeda americana deve ficar neste ano entre R$ 5,50 e R$ 5,80, podendo subir mais no segundo semestre por conta do período eleitoral.