Após um novo aumento de casos de coronavírus na China que levou o país a adotar um novo lockdown, Xangai, em quarentena desde 28 de março, tem sido motivo de preocupação para a cadeia de suprimentos global. A metrópole chinesa, além de ser um centro financeiro mundial, tem um dos portos de carga mais importantes para o comércio internacional.
Em 2021, o porto de Xangai foi o responsável por 17% do tráfego de contêineres e 27% das exportações da China. Com o novo lockdown, milhares de contêineres estão se acumulando no porto, causando um fluxo lento de importações e exportações.
No Brasil, as empresas estão enfrentando dificuldades para enviar carne à China, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal. A entidade, que representa grandes processadores de carne suína e de frango como JBS e BRF, afirmou que as cargas estão sendo redirecionadas para outros portos.
No ano passado, a China foi responsável por 55% das importações de carne bovina e de 62% da carne suína brasileira. Durante todo o ano de 2021, o gigante asiático representou 64% das compras da proteína.
Efeito inflação
Especialistas já dizem que os problemas na cadeia de suprimentos global causados pelo lockdown levarão ao aumento da inflação nos próximos meses, principalmente na maior economia do mundo, os Estados Unidos. A China responde por 18% de todas as mercadorias que os EUA importam. E para computadores e eletrônicos, esse número sobe para 35%.
Com as quarentenas na China e a guerra entre Rússia e Ucrânia, muitas empresas estão “começando a entrar em pânico”, dizem analistas.