Em meio à crescente tensão e ao risco de novas derrotas do governo no Congresso, o presidente Lula (PT) cobrou ontem de seus ministros mais empenho na articulação com os parlamentares, destacando os desafios de fazer política com minoria.
E não poupou críticas, incluindo nelas o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin e o titular da Fazenda, Fernando Haddad.
“Isso significa que o Alckmin tem que ser mais ágil, tem que conversar mais. O Haddad, ao invés de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara. O Wellington (Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social), o Rui Costa (ministro da Casa Civil), passa a maior parte do tempo conversando com bancada A, com bancada B”, afirmou.
No mais recente embate, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), chamou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de “desafeto pessoal” e “incompetente”.
Cachimbo da paz
A reclamação de Lula veio no dia seguinte a um encontro com Lira no Palácio da Alvorada. Auxiliares do presidente da República avaliaram a reunião como positiva e acreditam que a conversa deve garantir um pouco de “tranquilidade”.
Lula teria admitido que houve um erro na demissão do primo de Lira da chefia do Incra na última terça-feira.
Lira já até indicou o dirigente da ONG Naturagro, com sede em Maceió e que representa beneficiários do programa nacional de reforma agrária, para o posto que era de seu primo no Incra.
O nome de Junior Rodrigues do Nascimento começou a ser analisado pela Casa Civil.
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