O presidente Lula (PT) deve vetar o projeto que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamentos dos 17 setores que mais empregam no país. Se a decisão for confirmada, representará uma nova vitória política do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que recomendou o veto. Na semana passada, Haddad convenceu Lula a manter a meta fiscal de 2024 em déficit zero, deixando uma possível mudança para o ano que vem.
Apesar da resistência do Congresso ao veto, Lula aposta no apoio de parlamentares por motivos eleitorais. Sem atuar pela pauta arrecadatória, os congressistas podem forçar o Executivo a fazer bloqueios para atingir a meta fiscal, afetando emendas parlamentares em pleno ano eleitoral. O prazo para vetar ou sancionar o projeto termina nesta quinta-feira.
Fritura da Petrobras
Ministros do governo Lula vêm articulando a troca do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Rui Costa (Casa Civil) vai apresentar nesta semana ao presidente uma sugestão de substituto: seu homem de confiança e secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Marcus Cavalcanti. Ele foi secretário de Infraestrutura da Bahia na gestão de Costa como governador do estado.
O próprio Prates já detectou a movimentação, tanto que vem procurando os conselheiros que representam os acionistas minoritários para tentar forjar uma aliança, na tentativa de se manter no cargo. A briga entre o presidente da Petrobras e membros do governo envolve preço e a proposta de transição energética.
O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, vem cobrando de Prates a redução do preço dos combustíveis para acompanhar a recente queda no valor internacional do barril de petróleo e a desvalorização do dólar. O presidente da estatal, no entanto, diz que “não faz sentido agir por impulso ou açodamento”.
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